domingo, agosto 29, 2010

morreste-me, à hora marcada

the ice is getting thinner, death cab for cutie @

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fotografia por: emanuela cristina @

O gelo por baixo de nós quebrara-se por completo. Depois de tantos anos de muita história, descobriste em mim uma pessoa que não conhecias; defeitos intoleráveis e incompreensíveis. O que me levou, de imediato, a pensar que talvez nunca te apaixonaste por mim, mas sim por uma vasta ideia minha que tinhas. Não sei... 

Só sei que não nos víamos há semanas, e eu não pensava ver-te naquela noite. Caminhava por ali, rodeada de amigos, sempre a tentar não encontrar-te, enquanto que, em contrapartida, te procurava por toda a parte. Eu não queria ver-te, porque sabia que me ia matar por dentro. Sempre que nos encontráramos, desde aquele trágico dia em que disseste que não me querias mais na tua vida, tu passavas como se nem estivesse(s) ali. (...) E foi, de súbito, que te vi chegar, ao longe. Tentei afastar-me, como tu farias se fosse eu a vir, mas não o fiz. Tinha saudades tuas e queria ver-te, mesmo que só por um segundo. O teu cabelo estava muito maior... Fica-te bem. Os teus olhos continuavam profundos, mas tinhas mais maturidade no andar e no jeito de falar. É incrível como cresceste na minha ausência. Por um segundo, apanhei o teu olhar, que desviaste logo em seguida. Queima, não queima? (...) 

Passadas umas horas vagas, tu vieste ter comigo, depois de me teres mandado embora e começaste a dizer o quão ferido estavas, mesmo depois de teres dito que já não te era absolutamente nada. Por fim, disseste que ainda te preocupavas... Eu sei que deveria ter ficado feliz por saber disso, mas não fiquei. Porque eu sei que não te sentes feliz com o que sentes. Eu sei que queres esquecer, mais do que tudo no mundo... 

Eu chorei nos teus braços não convidativos e alcei-me no teu pescoço rígido. Já não te via há semanas, mas ao tocar-te ali, naquele momento, senti-me como se tivesse sido mais tempo do que isso... Da última vez que te abraçara, tu eras meu. E eu tua. E agora as coisas não podiam estar mais diferentes.

Vim me embora com a certeza de que nada mudaria. Tu continuarias a ser tu, longe de mim e vice versa. E eu sei que isto está a destruir-me, mas eu só quero ver-te bem. E se é distância que tu queres, então eu partirei para o outro lado do mundo, se for preciso. Quando puder voltar, chama-me. Quando já não sentires nada... Uau, é este o nosso destino. Uma história de anos que acabará assim, deste jeito... Bem, penso que a forma como acaba é insignificante... Se acaba, acaba e pronto

Mas é curioso... O nosso amor perdeu-se por uma coisa de nada, não sei quando nem onde. E agora? Agora não voltaremos a encontrá-lo nunca, até porque nem chegámos a ir procurá-lo. São precisos dois nessa aventura e penso que só temos um disposto a fazê-lo. 

Mas sim, é compreensível... Esquecer é muito mais fácil, não é?!  

3 comentários:

  1. Adorei o teu texto :O

    Está perfeito. :)

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  2. Texto lindo Daniela (:
    Sabes que mais acho que ele é ceguinho fhum xx
    Um dia vais encontrar alguém que te dê valor e que nunca te vai largar <3
    Amo-te.

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  3. tudo o que começa acaba sempre por ter um fim. Às vezes pode ter um caminho mais longo ou mais curto, mas acaba por acontecer.
    <33*

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