quarta-feira, setembro 01, 2010

Era eu a rezar para que ficasses; tu a ficares, enquanto saías (...)

quebrámos os dois, toranja @

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fotografia por: emanuela cristina @

Passo na rua, cabisbaixa, contornando os passeios e percorrendo as avenidas. Meros vultos em movimento caminham na minha direcção, esboçando sorrisos afáveis numa vã tentativa de me fazer traçar um nos meus próprios lábios. Não sorrio; continuo a deambular por ali. Até que um Estranho se dirige a mim, bloqueia-me o caminho e diz: "Não é a primeira vez que estás longe...", ao que eu, com um olhar sombrio e distante, lhe respondi: "Pois não. Mas é a primeira vez que estou longe, depois de ter estado tão perto." Prossigo a viagem sem destino, tentando evitar as sombras de um Passado - tudo o que nos restou -, espalhadas por todo o lado, vadias, que me contorcem as vistas e os sentidos. Busco por uma razão, sem qualquer graça ou expectativa. Simplesmente porque ainda não me habituei à ideia de que, agora, nenhuma estrada levar-me-á a ti.

não nos tocámos enquanto saías,
não nos tocámos enquanto fugíamos,
não nos tocámos e vamos fugindo, 
porque quebrámos como crianças

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