sexta-feira, outubro 15, 2010

vem mudar este jogo, que eu não quero perder


Caio, esfolo-me, e nem vacilo: já tudo me dói. Bem que me podia atirar para o chão, que as únicas testemunhas seriam as feridas à superfície da pele. Fraquejo, paro e bloqueio, perdida no meio de nenhures; num Mundo onde nem pertenço. Olho à volta e só vejo caminhos que nem anseio percorrer - de que me serve explorar para alcançar, se, no final, tudo me escapa, antes da jornada sequer terminar? Perdi o sentido das coisas. Perdi o rasto da Vida. E também eu me perco: em recordações nostálgicas que para nada mais servem, se não para enfatizar a dor que sinto no âmago. O estômago contorce-se. A cabeça pesa. A visão turva. Um nó surge na garganta. O coração não bate. Parou, nem sei eu quando; já não me recordo!… E aquelas malditas perguntas ensurdecidas, que me assolam, que me enclausuram entre dúvidas e incertezas. É tudo o que me rodeia, agora, afinal de contas. (…) E há quem diga que a Vida é um jogo, onde todos procuramos vencer. Pois, eu já venci, e também já vi o meu troféu escapar-me, para sempre, das minhas próprias mãos. (…) Mas, apesar de tudo, não quero perder. Não posso perder... Não depois de ter estado tão perto da Vitória. Sim, não sei onde estou; porque estou; o que faço ou porque faço. Sim, as dores corroem-me as entranhas do meu corpo e da minha alma… Mas e depois? Nunca fui pessoa de desistir do que acredita, então porque raio é que o iria fazer agora?!

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