sábado, dezembro 11, 2010

conclusão


"Às vezes mais vale desistir do que insistir, esquecer do que querer (…) No ar ficará para sempre a dúvida se fizémos bem, mas pelo menos temos a paz de ter feito aquilo que devia ser feito. Somos outra vez donos da nossa vida e tudo é outra vez mais fácil, mais simples, mais leve, melhor. Às vezes é preciso mudar o que parece não ter solução, deitar tudo a baixo para voltar a construir do zero (…) e sem olhar para trás; abrir a janela e jogar tudo borda-fora: queimar cartas e fotografias, esquecer a voz e o cheiro, as mãos e a cor da pele, apagar a memória sem medo de a perder para sempre, esquecer tudo, cada momento, cada minuto, cada passo e cada palavra, cada promessa e cada desilusão (…). Às vezes é preciso (…) partir para outro mundo, para outro lugar, mesmo quando o que mais queremos é ficar, permanecer, construir, investir, amar.

Porque quem parte é quem sabe para onde vai, quem escolhe o seu caminho (…) Quem fica, fica a ver, a pensar, a meditar, a lembrar. Até se conformar e um dia, então, esquecer."

- Margarida Rebelo Pinto

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