quarta-feira, dezembro 01, 2010

poesias; junho 15, 2010

condenados sem destino
Admite, Amor... A perdição já desponta!
Tantos labirintos onde nos perdemos, que já perdi a conta!
E a tua maldita cantiga do "hoje não", deixa-me tão tonta,
E tanto cansada de tudo... E de ti.

Oh... E se ao menos soubesses, a fome que me dás,
E todo o significado que te dou, alguém tão não-capaz,
Irias compreender todos os meus infinitos planos...
Mas p'ra m' entenderes... Levarias mil anos!

Mas admite, Amor, já que tão perdidos estamos...
Que estar perdido ao meu lado, é bem melhor do que nada!

Admite lá, meu Amor...Que não esperarei para sempre.
Oh, o que estou eu a dizer?! Por ti espero séculos de jornada.

perdidos algures no tempo presente
Amor... Custa-me tanto, tanto dizê-lo
Mas quando te vi ali fraco, imponente e perdido,
Roubei-te um beijo matreiro, criminoso fugido,
E guardei-o no bolso, embrulhado num selo.

Quando m'olhaste, enfim, esperei decepção,
Esperei mágoa, transtorno... Mas não!
O que vi? Alívio, medo, mas muito alento,
Como se esperasses q'o roubasse há muito mais tempo.

Sorri-te, tristemente, enquanto fechavas os olhos,
E beijei-te na testa calada, sem te pedir permissão,
E, no fim, também eu fechei os meus, ao som do teu coração.

Mas algures na fronteira, entre o sonho e a ilusão,
Temi a manhã (como temes a morte), prestes a chegar...
E, assim, dei por mim a desejar; para adormecer e nunca mais acordar.

Daniela Rosa

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