quarta-feira, abril 27, 2011

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Cansada já eu estou desta secretária poeirenta; desta cadeira de madeira rija, desconfortável, e da voz monocórdica que abala as quatro paredes desta sala minúscula e abafada. Os estores estão fechados, impedindo o sol de entrar pela janela. A luz artificial cega-me e ofusca-me a vista. A porta parece cada vez mais pequena. (…) Quero tanto sair daqui. Sinto saudades do cheiro da maresia; do sal na pele; dos pés descalços, da areia morna entre os dedos, de me sentir abarcada pelas ondas do mar. (…) Mas bem, aqui estou. Ainda, aqui, a morrer de saudades do tão-distante; presenciando um momento, num lugar onde nem sequer quero estar. (…) Verão, chega.

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