terça-feira, agosto 30, 2011

"Stay close, don't go"

Mas. Que. Susto. Sim, outro! Pensava mesmo que ia acabar tudo por ali… Anos e anos de história quase que culminaram naquele exacto momento. Chorei e gritei contigo durante horas e horas a fio, enquanto me ia apercebendo cada vez mais que, na verdade, a cada segundo que passava, ia perdendo todas as razões para manter-te do meu lado. O susto ocorreu naquele mesmo instante em que dos meus lábios soou a temível palavra "Acabou". Acho que nunca mais me esquecerei do teu olhar, mal o disse: como se, de repente, te tivessem arrancado o chão, sem que o tivesses à espera. Tentei levantar-me e partir, mas tu impediste-me. Fi-lo de novo e tu repetiste. Vezes e vezes sem conta. Finalmente consegui desprender-me de ti e lancei-me ao longo da avenida, enquanto tu gritavas o meu nome e me pedias para voltar. "Não me deixes!" - eram as tuas palavras que ecoavam pela rua deserta, naquela noite tão gélida. E eu bloqueei. Apercebi-me que também eu estava prestes a perder uma parte demasiado grande de mim. E não seria essa uma razão suficiente para te manter? O facto de seres-me tanto? Voltei para trás e encarei-te de frente, apercebendo-me de imediato que estavas a chorar, como nunca antes vira. "Por favor, fica… Por favor!". Abracei-te, ao ouvir tal súplica e, assim, sussurrei-te ao ouvido: "Eu fico." Ficámos abraçados no meio do parque - nem eu sei durante quanto tempo -, onde os ecos dos risos de crianças ainda se faziam ouvir. E por lá ficámos, entregues um ao outro, como que esperando que a tempestade passasse; que o chão sob nós e que as paredes à nossa volta parassem de ruir. Limpei-te as lágrimas e sorri-te. E foi aí que tu disseste: "Foi o maior susto da minha vida." (…)

Sabes que mais? Ainda bem que me impediste.

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