quinta-feira, março 15, 2012

What's life without exploring and discovering?


Foi hoje, sentada no jardim da escola, numa daquelas horas vagas do meu horário, que finalmente me apercebi do grande erro que já cometera tantas vezes. Como fiz isso? Limitei-me a observar em volta. O céu tons de cinza, o vento frio e... As borboletas. Sabem uma coisa? As pessoas são como borboletas. Juro-vos. E o meu erro foi esquecer-me disso.

Já apanhei muitas borboletas na minha vida: todas de diversas formas e feitios. Voava junto a elas, sempre próximas de mim. Porém, sempre que sentia uma delas a afastar-se nem que fosse mais um pouco, agarrava-a com força na minha mão, enclausurando-a. Afagava-a até conseguir perceber a razão para esta ter tentado escapar-me... Mas nunca percebia. A borboleta limitava-se a permanecer ali, fechada entre os meus dedos, a afastar-se cada vez mais apesar de parecer estar o mais perto possível.

E agora vem a parte engraçada... Quando era pequena, eu e os meus amigos adorávamos correr atrás de borboletas e eu era sempre das únicas que conseguia, realmente, apanhá-las. "Como é que consegues? Nem corres assim tão depressa!"
Mas ora aí é que está: Não se apanham borboletas, na vida, correndo atrás delas, forçando-as a ficar connosco, fechando-as, prendendo-as a nós. Devemos, pelo contrário, aproximarmo-nos devagarinho, quase que imperceptivelmente, até, simplesmente, conseguirmos distinguir o mais pequeno traço nas suas suas asas. E aí é que realmente as "apanhamos". Quer dizer... E é aí que elas se deixam apanhar.

Ou seja, (e agora voltando ao tempo Presente), para recuperarmos uma borboleta, para voltarmos a cativá-la, não nos devemos a agarrar a ela, obrigando-a a ficar quando esta se está a afastar por sua vontade. Devemos simplesmente deixá-la voar... Deixá-la ir aonde quer, livremente; deixá-la explorar... Porque as borboletas são seres livres. Livres. Livres de partir e livres de, um dia, voltar ou não.

Já apanhei muitas borboletas na minha vida e já muitas se afastaram de mim. Eu lá ia eu: fechando-as entre os meus dedos para estas não me escaparem, até que fiquei sem espaço. Um tempo depois, comecei a fechá-las num jarro. E ficava simplesmente às rodas na minha cabeça, tentando descobrir o que é que mudara e porque é que elas insistiam em deixar-me.

Sabem o que vou fazer agora?
Vou buscar esse tal jarro. Caminhar até à minha varanda. E vou abri-lo.

Voem, borboletas, voem!
Se voltarem, é porque são merecedoras de ficar.

14, Outubro, 2009

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