quarta-feira, setembro 18, 2013

E me deixasse de textos tristes?


Menina, tens tantas razões para sorrir. Tantas pessoas que tanto te amam, para poderes abraçar. Tantos lugares que ainda não conheceste, à tua espera. Tantas músicas ainda por ouvir. Tantos nasceres do sol, que consigo trazem um novo dia. Uma nova oportunidade. Um novo começo. Por isso, sorri! Se nesta Avenida ainda não encontraste aquilo que estás à procura, então continua a andar... Tanta estrada tens por percorrer! Olha à tua volta e abraça aquilo que tens, em vez de continuares a entristecer-te por aquilo que tanto te faz falta. Assobia. Dança à chuva. Respira o ar desta cidade que tem tanta cor. 

Ama-te a ti própria e transforma-te naquilo que tu própria queres ser. Faz isso por ti. Depende de ti mesma e segue sempre. És tão maravilhosa e tens tanto pela frente. 

Siga sorrir? Apetece-me. 
E que a chegada da Meia-noite traga aquilo que tu mais precisas: um dia seguinte.

E quando o(a) Sacana pede uma oportunidade?


Há não muito tempo atrás, eu disse-te estas mesmas palavras: "Todos cometemos erros. Todos pagamos um preço. Mas até que ponto é que esse erro compensa o preço que estamos dispostos a pagar?". E tu pensaste, de imediato, que estava a referir-me a ti. Mas não estava. Estava a falar daquele erro que eu própria cometi, naquela noite, em que o álcool se apoderara por completo do meu corpo - mesmo não sendo isso desculpa. O meu preço foi perder-te. E escusado será dizer que não, não compensou absolutamente nada.

Lembro-me de falarmos de segundas oportunidades, os dois. "Eu acredito nelas, apenas não acho que toda a gente as mereça", costumavas dizer para o silêncio do nosso quarto. E eu anuía com a cabeça e sorria-te. E tu bem sabias que eu já muitas chances te havia dado... e que não me arrependera de nenhuma.

E as pessoas perguntavam-me: "Como e porque é que fazes isso por ele?", como se não merecesses. Mas eu nunca duvidara disso, nem por um segundo. Como o fazia? Simplesmente porque sempre fui forte a esse ponto. E cheguei a dizer-te: "Às vezes, mantemos uma pessoa na nossa vida, simplesmente por não nos imaginarmos sem ela...". Tu eras (e sempre foste) um desses casos. E porque é que eu o fazia? Porque te amava. Porque, contigo, cada oportunidade dada e cada espera pareciam valer sempre a pena. 

Magoada fiquei ao aperceber-me que, no que tocava a mim, ao "vice versa", tu não conseguias retribuir-me nada disso. Aliás, - e longe de mim querer desculpar o meu erro desta maneira -, ao primeiro passo em falso (diga-se de passagem) que dei... tu mal hesitaste antes de mandar-me embora. Disseste imediatamente que não te merecia (e talvez seja verdade) e que nada do que fizeras por mim tinha valido de algo. Doeu, percebes? Porque apesar de todo o mal que me trouxeras, eu nem por um segundo havia pensado assim. 

Mas sempre fomos diferentes nesse aspecto. Na maneira como nos amámos. Tu eras intenso, sensível e cegamente iludido por uma ideia de "perfeição" minha. Aquela que tu sempre quiseras. Eu, por outro lado, amava-te de meigo e um tanto friamente. Dava-te todos os beijos e todos os mimos, mas também sabia afastar-te nos momentos em que sabia que estavas a esperar demasiado de mim. 

E talvez tenhas razão. Talvez dares-me uma segunda oportunidade seja um erro... Mas eu estive disposta a pagar esse preço, sempre que fiz isso por ti. 


segunda-feira, setembro 16, 2013

Sou uma princesa da treta.

Li cada uma das tuas palavras, do princípio ao fim... continuam tão feridas. Tão distantes. Tão ressentidas. Como fui capaz de magoar um homem de tal maneira? Se alguma vez me passou pela cabeça achar que merecias, enganei-me redondamente. Tu nunca mereceste nenhuma da dor que te causei. E como conseguiste continuar a amar-me desse jeito inigualável? 

A forma como tu me amaste, cão raivoso, que nunca dava nada a ninguém e que percorria as ruas à noite sem nenhum rumo certo, foi tão única, tão corajosa, tão... estúpida. Quem me dera poder ligar-te neste momento. Acordar-te e dizer-te que está tudo bem. Ou melhor: poder adormecer contigo, algures numa adega no meio do nada, e acordar assim mesmo... rente aos teus lábios e com os teus braços morenos quentes à minha volta. (Nem precisávamos de cobertores). Ou então ir jantar contigo - um bom bife -, para nos perdermos em horas de conversa, enquanto me mandavas comer tudo e não deixar restos no prato. E os teus beijos? Suaves, doces como caramelo. Pudesse eu ser as tuas palavras, para poder saboreá-los todos os dias. 




Mas, agora, só consigo chorar. Magoei-te. Deitei o teu Mundo abaixo por completo, prometendo-te um melhor, e deixei-te sem nada a que te pudesses agarrar... Nem voltei atrás para ver se ainda respiravas. Segui sempre em frente, sem me importar. Meu Deus, como pude ser tão estúpida, tão insensível, tão bruxa? E tu, tolo, ainda vieste atrás de mim... pudesse eu voltar a essa noite. Essa, em que te fiz chorar. Essa, em que podia jurar conseguir ouvir o teu coração a quebrar aos pedacinhos. E eu nem os juntei. Nem tu. Ficámos os dois a mirá-los, ainda ferventes de dor e a sangrar ao longo da calçada.

Mas eu estou a pagar o meu castigo: perdi-te. Aliás, deixei-me perder-te. Não fosse eu - naquela altura - uma tonta apaixonada pela loucura, pela festa e pelos problemas... Que parva! Pudesse eu voltar atrás e esperar por ti. Talvez, quem sabe?, estaria contigo a fazer conchinha comigo e a dar-me beijos na testa, neste momento. Ou então a falar comigo ao telemóvel, para que a tua voz fosse a última que eu ouvisse antes de adormecer.

Eu ainda te amo. Sempre te amei, mas estava cega. Tal como tu. (Cegueiras diferentes). 
Mas o nevoeiro foi-se com a chegada do Verão... E mal abri os olhos, não te vi e assustei-me. E mal chamei por ti, tu não vieste. E mal te pedi um beijo, tu recusaste. E mal te pedi para ficar, tu mandaste-me embora. Não foste mau, foste justo. E eu fui egoísta.

Não mereço um Homem como tu...
"Só não queria que visses o Sol nascer, sozinho..."

sábado, setembro 14, 2013

Amar-te foi bebedeira. Agora, ressaco. Porra.

E já não bastava o meu vício do tabaco... também tive de me viciar em ti. O mais engraçado de tudo isto é que só me apercebi do quão agarrada estava, depois de me ver sem a tua presença. Porra. E eu que pensava que mal saísse de ao pé de ti, tudo passaria e voltaria aos eixos. Mas não! Porra. Até nos meus sonhos me apareces, com esse teu meio sorriso estúpido e dócil, de gozão. E essa tua pele morena, encharcada em água salgada, a reluzir ao sol. E os teus olhos que nunca consegui bem decifrar (se são castanhos, ou verdes? sei lá...). E o cheiro do teu cabelo, que ainda continua tão presente na minha memória, como se estivesses realmente aqui ao meu lado. Mas não estás. Porra, não estás. 

Que raio de vício que tu és. Que raio de droga te tornaste. 

É muito fácil dizer a mim própria ao Mundo que, eventualmente, hei-de deixar de fumar. Se já o fiz? Não. Da mesma forma que também te disse - a ti e a toda a gente -, que não eras mais do que Passado. Se é verdade? Não. Porra. Não é. 

Amar-te e ter-te foi como uma espécie de transe, que nem parecia ser real. E a memória de perder-me nos teus braços, ao longo da cama, é como que uma miragem no meio de um deserto. E, agora, longe de ti e das noites debaixo das estrelas, que jamais teremos de volta, ressaco. Sinto falta. Faz-me doer a cabeça e tonteia-me até quase perder o equilíbrio. Porra. 


Não me leves a mal. Eu sei que te mandei embora incontáveis vezes e que poucas foram aquelas em que realmente fui atrás de ti. Da última vez, foste tu o que me disse "não". E, oh, como custou. Como foi doloroso ter-te ali, à minha frente, mesmo a jeito (para roubar-te um grandesíssimo beijo), e... nada. Porra. Doeu tanto não poder saborear-te e tocar-te o quanto eu queria. E, oh, se queria. Nunca hás-de saber a vontade e o desejo que tenho por ti, a todos os momentos.

Pode até nem ser Amor. De facto, não tenho a certeza disso, sequer. Mas, contigo, nunca foram precisas certezas... Aliás, nunca precisámos de muito. Tínhamo-nos um ao outro. Tínhamos a noite. Tínhamos os nossos corpos, que sempre dançaram tão bem. Tínhamos os beijos ardentes, que não pediam absolutamente nada em troca. (...) É tão difícil não poder beijar-te, neste momento.

Posso não amar-te, mas preciso-te. Quero-te. Apeteces-me. A qualquer hora. 
E já que não posso matar o desejo, nem acabar com esta ressaca que está prevista para durar... Hei-de fumar um cigarro. De beber um copo. E de adormecer agarrada a uma almofada, imaginando que és tu.

quinta-feira, setembro 12, 2013

"És onde quero estar"? És é uma merda.

 Como? Como é que conseguiste descartar-me deste jeito, sem qualquer tipo de aviso ou justificação? Será que fui eu que agi como quem não se importa em ser tratada assim? É que (caso não tenha chegado ao teu cérebro de ervilha) eu importo-me – e MUITO (quiçá, demasiado). 

 Será que te esqueceste de tudo, assim de repente? Tipo naqueles filmes em que alguém leva com uma lavagem ao cérebro e esquece-se completamente da pessoa que era e de tudo o que dela fazia parte. Será que foi isso que te aconteceu? (...) 

 Como é que tu, há menos de dois meses, estavas a vir ao meu encontro, à minha Avenida que já tão bem conhecias – e que tanto tornaste tua -, para, agora, estares a agir tão habilmente como se não me conhecesses? Que sentido é que isso faz?! Que mal é que eu posso te ter feito para merecer esse tratamento?! Que filme é este e como é que o enredo se alterou completamente, em tão pouquíssimo tempo? Juro a ti e a toda a gente que não estava à espera, mesmo sendo tu esse bicho imprevisível que não consegue parar quieto. Isto é demais!



 Mal te conheci, meti-me a pensar se alguma vez já nos teríamos cruzado algures. No metro. Ou num autocarro qualquer. Ou numa daquelas festas de faculdade. E depois questionava-me: “mas como é que não reparei em ti antes?”. Julgava-te a pessoa mais interessante que havia conhecido por esta cidade (a que tanto deste cor). Julgava-te bom e merecedor de mim. Porra, até julgava que vinhas para ficar. E eu queria tanto que ficasses. Mas isso tu não sabes, pois não? 

 Nem perdeste tempo. Meteste-te com tantas provocações, jantares e cervejas para cima de mim, e para quê? Deste-me com esse típico engate de “sou jovem, amante de sarilhos e de liberdade” com que objectivo? E depois de todas as vezes que demonstrei desinteresse, porque raio é que não desististe? Se, no final, simplesmente irias acabar por deitar fora tudo o que fizeras e seguir imediatamente para outra, como se eu não passasse apenas da merda de uma pedra no caminho? 

 Fui um mero entretenimento de Primavera? Fui apenas um desafio? Uma aposta entre ti e os teus amigo? Um erro? Um apetecimento de momento(s)? Diz-me, por favor, o que raio fui eu na tua vida. Acredita, magoar-me mais, não consegues. Vá, atira-me com nada mais do que a verdade, que já estou pronta para toda a merda vinda de ti. 

 E o pior é que nem me deste oportunidade, nem tempo, nem paciência, para te mostrar o tudo que sou. O tudo que tenho para dar. E o tudo que estava disposta a partilhar contigo. Se foi por falta de vontade ou de interesse, não sei. Mas sabes a melhor? Tu é que perdeste. Digo isto com todas as letras e sílabas, várias vezes e repito: t-u é q-u-e p-e-r-d-e-s-t-e. Nunca hei-de duvidar disto, nem por um segundo. 

 E o pior ainda é que nunca vais saber aquilo que perdeste. Disseste-me que eu era onde tu querias estar... E eu, agora, só te digo: só espero que Lisboa se revele bem grande para eu não ter de me voltar a cruzar contigo. 

 Vai-te foder.

quarta-feira, setembro 04, 2013

Levaste todas as cores contigo.

Hoje, choro. Porque partiste. Porque não me disseste nada. Porque deixaste de atender às minhas chamadas. Porque não mais apareceste naqueles sítios que se tornaram tão nossos, por esta cidade tão fria, a que só o amor é capaz de dar cor. E tu, outrora, foste-as. 

Eras a cinza das calçadas que tanto pisámos, lado a lado, naqueles passeios tardios embalados pelo som das nossas gargalhadas. Eras o amarelo do Sol, que tanto incidia sobre as nossas cabeças e que tanto nos cegava (ou talvez só a mim me cegou). Eras o branco do meu sorriso, que tão naturalmente se esboçava na tua presença; na tua e de mais ninguém. E eras o vermelho do meu coração, que tão insistentemente batia por ti e sussurrava o teu nome no meu peito. 

Mas tu partiste, e levaste todas essas cores contigo. E a tamanha azáfama colorida dos meus dias, não mais voltou. E eu juro-te que (te) esperei. Mesmo aqui, neste banco desbotado pela chuva, onde agora me encontro. E onde, outrora, nos perdemos em conversas mais longas que os caminhos que percorremos, naquelas tardes primaveris que eu julgara, erradamente, que durariam para sempre. 

Mas a cidade está deserta, agora. E o teu nome continua escrito por todo o lado: nas pedras do caminho, no preto do alcatrão, no fumo dos carros e nas entradas dos cafés. Nas solas dos meus sapatos, na palma da minha mão, nas cicatrizes à flor da minha pele. No meu pescoço, nas minhas lágrimas e no meu sorriso (se é que lhe posso chamar isso, agora). 

Não consigo escrever mais sobre ti, porque dói. Dói por ser a única coisa que me resta fazer, quando a minha maior vontade é ver-te chegar (e ainda estás a tempo...). E enquanto durmo... a chuva há-de limpar o teu nome da cidade, e a forma dos teus passos pela calçada. E o tempo há-de devolver-me as cores todas que tu levaste contigo.

Nem te despediste. Nem disseste nada. 
Nem um passo deste na minha direcção. 
Nem um último abraço... nem um último beijo 
(e pudesse eu lembrar-me a que sabem os teus beijos!...).