sábado, setembro 14, 2013

Amar-te foi bebedeira. Agora, ressaco. Porra.

E já não bastava o meu vício do tabaco... também tive de me viciar em ti. O mais engraçado de tudo isto é que só me apercebi do quão agarrada estava, depois de me ver sem a tua presença. Porra. E eu que pensava que mal saísse de ao pé de ti, tudo passaria e voltaria aos eixos. Mas não! Porra. Até nos meus sonhos me apareces, com esse teu meio sorriso estúpido e dócil, de gozão. E essa tua pele morena, encharcada em água salgada, a reluzir ao sol. E os teus olhos que nunca consegui bem decifrar (se são castanhos, ou verdes? sei lá...). E o cheiro do teu cabelo, que ainda continua tão presente na minha memória, como se estivesses realmente aqui ao meu lado. Mas não estás. Porra, não estás. 

Que raio de vício que tu és. Que raio de droga te tornaste. 

É muito fácil dizer a mim própria ao Mundo que, eventualmente, hei-de deixar de fumar. Se já o fiz? Não. Da mesma forma que também te disse - a ti e a toda a gente -, que não eras mais do que Passado. Se é verdade? Não. Porra. Não é. 

Amar-te e ter-te foi como uma espécie de transe, que nem parecia ser real. E a memória de perder-me nos teus braços, ao longo da cama, é como que uma miragem no meio de um deserto. E, agora, longe de ti e das noites debaixo das estrelas, que jamais teremos de volta, ressaco. Sinto falta. Faz-me doer a cabeça e tonteia-me até quase perder o equilíbrio. Porra. 


Não me leves a mal. Eu sei que te mandei embora incontáveis vezes e que poucas foram aquelas em que realmente fui atrás de ti. Da última vez, foste tu o que me disse "não". E, oh, como custou. Como foi doloroso ter-te ali, à minha frente, mesmo a jeito (para roubar-te um grandesíssimo beijo), e... nada. Porra. Doeu tanto não poder saborear-te e tocar-te o quanto eu queria. E, oh, se queria. Nunca hás-de saber a vontade e o desejo que tenho por ti, a todos os momentos.

Pode até nem ser Amor. De facto, não tenho a certeza disso, sequer. Mas, contigo, nunca foram precisas certezas... Aliás, nunca precisámos de muito. Tínhamo-nos um ao outro. Tínhamos a noite. Tínhamos os nossos corpos, que sempre dançaram tão bem. Tínhamos os beijos ardentes, que não pediam absolutamente nada em troca. (...) É tão difícil não poder beijar-te, neste momento.

Posso não amar-te, mas preciso-te. Quero-te. Apeteces-me. A qualquer hora. 
E já que não posso matar o desejo, nem acabar com esta ressaca que está prevista para durar... Hei-de fumar um cigarro. De beber um copo. E de adormecer agarrada a uma almofada, imaginando que és tu.

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