segunda-feira, janeiro 13, 2014

Estou tão longe de onde tu estás, (meu Amor).


Meu Amor,
Escrevo-te porque morro de saudades tuas. E mais que isso: continuo a morrer de amores por ti.

Lembras-te daquela noite, em que fugimos de tudo? Dos olhares intrometidos, da confusão alheia, e partimos rumo à costa deserta? Vínhamos os dois, lado a lado, no carro. As tuas mãos rodeavam o volante e as minhas pousavam no meu próprio colo. E lá íamos falando, já nem eu bem me lembro do quê. Sempre foram assim as nossas conversas: fluíam tão naturalmente como respirar. E, assim, do nada, sinto-te a agarrar uma das minhas mãos, entrelaçando nela os teus dedos, que tão perfeitamente ocuparam o espaço entre os meus. Sorri para dentro do meu coração que acelerara o ritmo. E também tu aceleraras o carro.

Chegámos ao destino não planeado e foi só uma questão de tempo até nos perdermos, simplesmente. Deitados ao comprido da cama, sussurrámos palavras quentes e dóceis no ouvido um do outro. Palavras essas que se elevaram por entre o ar, marcando as paredes, os lençóis e a nossa própria pele, ainda fervente, apesar da noite fria que estava. E quanto mais nos perdíamos, mais nos íamos encontrando um ao outro.

Comecei a gostar de ti aos poucos e agora não consigo parar, meu Amor. Quero dar-te um beijo leve e afagar-te o cabelo, enquanto te digo que és capaz de tudo. Quero repousar a cabeça na curva do teu pescoço e lembrar-te o quanto acredito em ti e em nós. Quero abraçar-te e dizer-te o quanto sinto a tua falta. O quanto sonho contigo. O quanto penso em ti, nestes dias aonde a tua presença não chega.

Estou tão longe de onde tu estás, meu Amor. E custa-me tanto. Não poder simplesmente desaparecer contigo, de novo. E, acredita, que a vontade é-me tanta de partir ao teu encontro. Para, juntos, irmos embora, sem destino, sem mapa, sem mais ninguém: rumo àquele sítio onde a distância jamais nos apanharia.

Pensando bem: talvez não esteja a morrer de saudades tuas. Estou, ao invés, a vivê-las. A alimentar-me delas, até que se sumam. Até que o tempo e a distância que nos separam se dissipem. Até voltar para junto de ti. Até voltar a encostar o meu sorriso ao teu peito, que tanto chama por mim. Até voltar a beijar-te e a lembrar-te o quão fortes e capazes somos de fazer isto: de sobreviver às saudades e aos dias sem o outro. Que parecem nunca mais terminar.

Gosto muito de ti, meu Amor. E nunca te esqueças que: por mais longe que esteja, estou sempre aqui: a gostar de ti aos poucos e cada vez mais, a cada dia que passa.

E isso – este Amor – nem a saudade, nem a distância, nem o tempo nos tiram.




sábado, janeiro 11, 2014

Eu confesso(-te) que sinto borboletas.

Está na hora de confessar-te uma coisa. E desculpa não ter coragem de to dizer directamente, mas ainda estou a habituar-me a tal ideia – tão assustadora, e tão fora do comum, tendo em conta estes anos tão sós que passaram por mim. (...) 

Eu gosto de ti. Aliás, eu adoro-te. Adoro-te e não estava, de todo, à espera de o fazer. Nem sequer dei conta, de imediato, confesso. Lembro-me, porém, de uma certa noite; já haviam tocado as 4 horas da manhã e eu não conseguia dormir por nada deste mundo. E porquê? Porque tu não me saías do pensamento. Nessa madrugada, perdi-me em questões: “será que o verei amanhã?”, “será que ele sequer me quer ver?”. Tentei calar a minha própria cabeça a todo o custo, mas não resultava. Deixei-me, então, levar por ti e pela tua imagem tão bem concedida na minha memória. 


Eu gosto de ti. Aliás, eu adoro-te por te conhecer tão bem. Por conhecer o teu bom e o teu mau. Por conhecer aquilo que te mantém firme e aquilo que te deita abaixo. E também por conheceres isso tudo em mim e, mesmo assim, me quereres alçada no teu abraço, ao comprido na cama. A fazer-me festinhas no cabelo. A afagar-me as maçãs-do-rosto. Conheces o meu feitio e, ao contrário de outros que te antecederam, não te deixas assustar. Pelo contrário: permaneces do meu lado e tentas entender-me. Acho isso tão belo em ti. Faz-me querer gostar de ti ainda mais do que já gosto. 

Eu gosto de ti, e não quero escondê-lo mais. Quero que o saibas e quero que acredites quando to digo: que gosto de ti. Gosto do facto de me fazeres rir como ninguém. Gosto da tua maturidade calma que domina por completo a tempestade que eu sou. Gosto que adores brincar com o meu cabelo e entrelaçares os teus dedos nos meus. Gosto da forma como fumas os cigarros, como se neles transportasses mil e um pensamentos, que se espalham pelo ar que respiro. Gosto do tom da tua pele e do esboço do teu sorriso, sombriamente iluminado pela lua, a única testemunha dos nossos passeios nocturnos. 

Eu gosto de ti. E eu quero que me deixes fazê-lo. (...) Porque, antes de te conhecer, eu chegara a uma fase em que respirava meramente para sobreviver. Agora; agora respiro-te e vivo. Vivo porque te adoro e para te adorar cada vez mais. Vivo e quero fazer-te feliz como nunca foste. 

Então? Deixas-me fazê-lo? Deixas-me gostar de ti?