Todos cometemos erros. Todos pagamos um preço. E uma coisa que vim a aprender, ao longo da minha vida, é que as piores pessoas não são as que erram mais... Mas sim, as que agem como se não errassem. As que fogem ao preço e à sentença do erro que cometeram. As que (se) escondem, só para não terem de lidar com as consequências dos seus próprios actos.
Vou vos ser sincera: já fiz coisas más. Já agi sem pensar de todo. E, no entanto, sempre fui a primeira a admiti-lo. Porque é assim que tem de ser. Uma pessoa só aprende com os seus erros, se os aceitar como seus. Quem não o faz, não aprende – e ponto. São essas as pessoas que mais me assustam. As que teimam em fugir às lições mais dolorosas; aquelas que tão desesperadamente temos de aprender.
Apercebi-me que os piores monstros não são aqueles com 20 metros de altura, com garras espessas e olhar assustador. Não. O pior monstro é aquele que se esconde por detrás de uma máscara de salvador... E existem tantos, mas tantos. Esses são os piores, porque se escondem... Para nos deixarem sem saber quando fugir.
Quando se comete um crime, sofre-se um julgamento. É
bastante básico, não acham? E os piores criminosos não são aqueles aprisionados
por detrás de celas, a apodrecerem na própria merda que fizeram, outrora...
Não. O pior criminoso é aquele que anda à solta por aí, disfarçado de santo. E
existem tantos, mas tantos... Esses, sim, são os piores; os que fingem que
nunca se passou nada e seguem com as suas vidas, como se nada tivesse
acontecido. Para além de criminoso, é cobarde. As piores coisas que alguém pode
ser.
Cometam erros. Os que quiserem. Mas admitam. Sejam sinceros
para convosco e para com o mundo. Sejam adultos para arcar com as consequências
dos vossos actos. Porra, será pedir muito?
Há tanta falta de respeito neste mundo. Sempre o soube, mas
sinto-o cada vez mais. Andam por aí feitos loucos assassinos, a dispararem para
todos os lados, sem nunca pensar em quem podem estar a atingir. Naquilo que
destroem. Nas vidas que estão a deixar cicatrizadas para sempre. Simplesmente
vão em frente, fazem como querem e depois partem... Deixando os inocentes a
arrumar os destroços sozinhos.
Vivemos num mundo em que, num dia, ele está a dizer-lhe que
a ama; que para sempre a respeitará. Para, no dia seguinte, ir contra todas as
suas palavras. Num dia, ela diz que o deseja; que ele vale tanto a pena. Para,
no dia seguinte, mandá-lo embora sem justificação. Vivemos num mundo em que
histórias de anos são arruinadas num único momento. Corações são tratados como
presentes de aniversário, que se podem devolver se guardares o recibo. O que
raio aconteceu ao Amor?!
Eu só sei que tenho cada vez mais medo de amar e de confiar.
E não me interpretem mal. Sei que existem excepções e que não existem só
monstros e criminosos por aí, mas... Como acertar? Haverá sequer alguma forma,
ou é simplesmente à sorte, tipo tiro no escuro? Talvez seja isso. Talvez o Amor
seja uma questão de pontaria.
Pois, se é, eu estou lixada. Não há maior cega do que eu.
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