quarta-feira, novembro 12, 2014

O SEGREDO PARA (te) ESQUECER


Como é que existem pessoas capazes de desrespeitar de tal forma alguém que, outrora, lhes fora o mundo? É uma coisa que jamais entenderei, por mais anos que viva. Como, num momento, estás a dizer a alguém o quanto o amas, para uns tempos depois, estares a passar por ele na rua como se ele nunca tivesse existido. Como, num momento, prometes-lhe o mundo inteiro para, seguidamente, estares a deitá-lo abaixo, sem qualquer pudor. Como, num momento, estás a dizer-lhe o quanto significa para ti, para, mais tarde, ires contra todas as tuas palavras.

As coisas começam. As coisas terminam. Laços perduram e desenlaçam-se. A vida é mesmo assim. E ninguém é obrigado a ficar connosco. Principalmente contra a sua vontade. E, no entanto, o que custa mantermos o respeito e a estima? A consideração por alguém que costumava ser a razão do nosso sorriso? Porque é que as pessoas tendem a desrespeitarem-se tanto, como se nunca nada tivesse significado nada, simplesmente por não ter corrido como pretendíamos?

Temos o direito de sentir mágoa. Temos o direito de querer aquele distanciamento necessário para que nos sarem as feridas. Para nos recompormos da queda. E – não me interpretem mal – já muito fui empurrada por outrem. Já contive rancores e enviei olhares de maior desdém. E, no entanto, foi a partir do momento em que me senti capaz de lhes sorrir – a quem tanto me tinha magoado -, que comecei a sentir-me realmente sarada.


Manter o ódio não é a fórmula do esquecimento. Difamar até à exaustão também não. São simplesmente actos vulgares. E acham justo? Acham justo vulgarizarmos algo que, outrora, nos aparecia como a coisa mais extraordinária de todas? Acham justo repudiarmos alguém para sempre, quando essa, outrora, foi a nossa eternidade? E mais: achas justo sacrificar uma pessoa por simplesmente ter seguido a vontade do seu coração?

Diz-se que existem sempre dois lados de cada história. Pois também existem dois lados de cada fim. E em vez de nos prendermos, obsessivos, às suas razões, porque não ir aceitando-o lentamente? Um fim é um fim, e não serão as suas causas que te trarão a paz. Temos de começar a entender que: o fecho de algo, será sempre o começo de outra coisa qualquer. E quem sabe, uma coisa maior do que todas as outras que a antecederam?

Acima de tudo: respeitem-se. Nem é pedir muito. Sigam com as vossas vidas e deixem outrem fazer o mesmo. No final, todos nós queremos ser o mais felizes possível, e encontrar alguém que partilhe isso connosco. Umas vezes, acerta-se. Noutras, falha-se. A vida é mesmo assim. E ela não pára por ninguém. E enquanto te vais enchendo de ressentimentos vãos, o relógio não pára e ninguém vai aguardar que te decidas. Pensa no que podes estar a deixar escapar, enquanto te cegas por aquilo que já te escapou.


Quando um laço deixa de o ser, tal não significa que tamanho amor nunca existiu. Simplesmente significa que todas as suas cordas deixaram de ser suficientes para suster o seu nó. E para que é que haveremos de nos preocupar com quem tem a culpa? Com quem se saiu pior? Parem. Deixem-se disso, que jamais vos levará a algum lado. Desperdício de tempo, é o que é!

O vosso fim tirou-te tanto. Mas - lá está - foi o ‘vosso’, não o ‘teu’. E do que é que estás à espera? Há um novo começo, algures, prestes a acontecer. E não será isso fascinante? A forma como somos capazes de sarar das piores quedas? De ultrapassar as piores fases, quando tudo o que queremos é desistir? Somos tão fortes. Somos tão extraordinários. E somos tão tolos, por perdermos tanto tempo à procura de alguém, quando nos devíamos concentrar principalmente em tornarmo-nos nalguém de quem se precisa.

Sê o melhor que consegues ser. Perdoa e deixa ir, como só os fortes são capazes. Sê cada vez melhor a cada dia que passa. E, num dia qualquer, o melhor para ti irá aparecer. Até lá, não percas tempo. Afinal, o objectivo da vida é viver tudo enquanto se pode, não achas?

Então, quanto tempo mais vais deixar o Passado comandar a tua vida?

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