segunda-feira, março 30, 2015

Que parva que eu sou!


Estou cansada de continuar a acreditar em nós, sozinha. Porque até disso te conseguiste safar, não é assim? Nunca foste homem de lutar, e eu nunca me importei. Por ti, eu daria sempre os primeiros passos que fossem precisos. Por ti, eu iria atrás as vezes que fossem necessárias. Por ti, eu dar-te-ia todo o tempo que precisasses, até que te apercebesses que seria eu a tal mulher digna do teu amor. Ora aí está: eu faria tudo, mas tu nunca o retribuíras. Sabes sequer o quanto isso cansa? Ser a que tem de correr e agarrar? A que se esfola, se submete e se encarrega de lutar sozinha? Eu fiz todas essas coisas e olha para mim agora... Continuo sem ter-te. E até de mim me perdi.

O amor não devia ser assim. Não devia. Não pode ser assim. E eu sei bem: que a partir do momento em que baixasse os braços, tudo acabaria. Seria o nosso fim. Talvez tenha sido isso mesmo que me fez ficar, durante tanto tempo... O medo da nossa morte. E achas isto justo? Achas justo ter de ser eu a única que se importa e que faz com que continuemos vivos, juntos? Eu não posso mais. Eu não consigo continuar a fazer tudo isto por ti, sozinha. Porque o amor deveria ser a soma de duas partes... Sabes lá há quanto tempo é que ando eu a amar pelos dois.


E a culpa é minha. Fui eu quem se deixou levar pelo mistério irresolúvel que tu és. Fui eu quem sempre tentou compreender as tuas partidas e regressos, por mais que me magoasse. Fui eu quem sempre te aceitou de volta, mesmo que soubesse que irias partir de novo. Fui eu quem te continuou a amar, depois de todas as razões e oportunidades se esgotarem. E também fui eu quem acreditou em tamanha história, que já há muito que não passa de meras memórias, que recordo sozinha.

As coisas podiam ter sido tão diferentes... Que frase mais terrível para explicar o que se passou, mas é tão verdade. Nem sabes o quanto eu desejava que não fosse. Mas está na hora de eu deixar-te ir. Por mais que me custe aceitá-lo: tu não me mereces mais. Duvido, hoje, se alguma vez me mereceste. Não pela pessoa que tu és, mas pelo homem que foste para mim. Homem? Nem isso foste.

Fizeste-me acreditar num futuro imenso ao teu lado... 
Para, no final, me deixares a ser a parva, que acreditou – sozinha - até ao fim.

sexta-feira, março 20, 2015

Carta ao Pai


Não há pior situação no mundo do que a do “tarde demais”. E o tempo foge-nos mais depressa do que estamos à espera. Nem damos por nós a adiar tudo o que seja: tarefas, planos, viagens, palavras, objectivos... Mas a realidade encontra sempre um jeito de nos chamar de volta. Para lembrar-nos de que o hoje é a única coisa que é nossa, e que devemos fazer dele o máximo que se puder. E essa realidade, na minha vida, vem em nome de pai.

Tu, que trocaste tantas noites de sono pela minha choradeira infernal. Que me encaixavas sobre o teu peito, para que eu conseguisse finalmente pregar olho. Que gostavas tanto de me ouvir cantar desenfreadamente durante as viagens de carro. Que me fazias ataques de cócegas, quando eu estava mais rabugenta, só para me fazeres rir. Que me acordavas todas as manhãs, para me acompanhares à escola. Tu, que sempre trabalhaste desmesuradamente para que nunca me faltasse nada, como te faltou a ti. Tu, que sempre me amaste e protegeste, por mais que eu errasse e desiludisse. Tu, que sempre foste a prova viva de que com ambição podemos alcançar todos os nossos sonhos.


Não há homem como tu para mim, pai, porque tu és uma força da natureza. És como aquele super-herói sem capa, mas cheio de super-poderes. O poder de transformar quereres em conseguidos. O poder de superar obstáculos, por mais que te desacreditassem. O poder de atingir meta a meta, levasse o tempo que levasse. O poder de amar uma mulher com tudo e até mesmo com nada, apesar de qualquer coisa. O poder de construir uma família e um lar, de mangas arregaçadas e pés no chão. Consegues entender o quão único e fantástico tu és aos meus olhos, pai?

Nem sempre nos damos bem, é certo. Chamas-me de preguiçosa, e tens razão. Eu chamo-te de chato, e tenho razão também. Mas eu amo-te desmedidamente e acima de qualquer discussão parva. Principalmente naqueles dias em que ambos os nossos maus-humores chocam um com o outro. Não fôssemos nós tão parecidos... E espero, um dia, ter sequer metade da tua capacidade de luta. De perseverança. A de nunca deixar o medo de falhar levar a melhor. És o meu maior orgulho e o meu maior sonho é retribuir-te isso mesmo. E jamais descansarei até o fazer, porque tu mereces tudo isso vindo de mim. Porque foste tu quem me deu o mundo.


Eu amo-te e não quero (nunca) que seja “tarde demais” para o dizer. E eu admiro-te por tudo o que és, e desculpa-me por não to dizer as vezes todas que deveria. Mas nunca te esqueças. Lembra-te destas minhas palavras que te ofereço, nos dias mais cinzentos, cansativos, ou quando eu estiver longe. Lembra-te desta tua filha, que te amará para sempre, porque és tu o homem da minha vida.

Serás sempre o pilar que me mantém forte. E a chamada para a realidade a que eu quero fugir, mas que tenho de enfrentar. Serás sempre o amor incondicional e eterno em toda a sua glória. Serás aquele de quem sinto sempre falta, mesmo que não falemos todos os dias. Serás sempre o doce pai que trago sempre comigo, na pessoa que sou hoje. E quem seria eu sem ti?

Obrigada por tomares tão bem conta de mim e da mãe. Obrigada por me mostrares que ainda existem príncipes encantados, capazes de tratar mulheres como as princesas que são. Obrigada por seres meu.

Eu amo-te. E nunca será tarde demais para amar-te cada vez mais, a cada dia que passa.

da para sempre tua menina

segunda-feira, março 16, 2015

E se eu te tivesse dito tudo?


E se eu te tivesse dito, antes de partires, o quanto queria que ficasses? E o quão raríssimo é encontrar alguém – assim – como tu és? Alguém capaz de transmitir tanta coisa por pequenos gestos. Alguém capaz de me olhar para além daquilo que mostro ao mundo. Alguém capaz de me entender sem que eu diga uma única palavra. E se eu te tivesse dito, depois de partires, o quanto ainda te desejava de volta? O quão doloroso foi ter de sentir todo este vazio que deixaste em mim? E o quão terrível foi ter de lidar com todo o silêncio que me rodeava?

E se eu te dissesse – hoje -, que ainda não fui capaz de encontrar mais ninguém que me fizesse sentir sequer metade do que senti ao teu lado? Aquela sensação de estar a perder a fôlego, quando te via chegar. Aquela aceleração dos batimentos cardíacos, de cada vez que os nossos olhares tropeçavam um no outro. Aquele desejo incontrolável de querer prolongar cada momento nosso até à eternidade, como se nenhum tempo fosse demasiado para estarmos juntos. E se eu te dissesse – mesmo agora -, que não sou capaz de acreditar num amor que não seja contigo?


Por mais que o neguemos, nós deixamos sempre tanto por dizer. Tantas perguntas por serem respondidas. E – depois de tudo – são essas mesmas palavras que nos arrancam do sono à noite. São essas as suposições – esses “e se...”s – que nos impedem de simplesmente seguir sempre. E eu deveria ter-te dito tudo. Mas tive medo; muito medo mesmo. Que nada do que eu pudesse dizer-te fosse capaz de mudar o que quer que fosse.

Nada é para sempre. Costumavas dizer-mo tantas vezes. E, no entanto, algo em mim tem-se revelado eterno: a falta que sinto de ti. Não são só saudades, percebes? É falta mesmo. É esta ausência atroz que ainda pulsa dentro de mim, aonde outrora tu encaixavas tão bem. E eu deveria ter-to dito antes. Deveria ter engolido o medo e o orgulho, e deveria ter-te agarrado bem junto a mim. O erro é sempre o mesmo, não é verdade? Lutamos tanto por alguém e, quando finalmente o alcançamos, esquecemos de continuar a força para o manter.


E se eu te confessasse que estas palavras são todas para ti? E que ainda ouço as músicas antigas que costumavam embalar a nossa história a dois? E que ainda sinto o meu coração em dança, de cada vez que te vejo a vir ao meu encontro? E que toda esta falta e vazio que me preenchem, só chamam pelo teu nome e por mais nenhum?

Mas tenho demasiado medo; muito mesmo. Perdoa-me, mas hoje não consigo dizer-te nenhuma destas coisas. Sei que ando a adiá-lo, e que – provavelmente – já é tarde demais. Mas eu, por um lado, ainda acredito. Ainda acredito que o amor não é feito de tempo e que não precisa de esperas. E que quando algo vale a pena, até as tempestades são a favor. Até os erros são certos. Até os passos em falso não se enganam. E que quando tudo vira do avesso, esse amor encontrará sempre o seu jeito de achar o lado certo.

Por agora, só te digo isto: o que vale a pena, leva o seu tempo. E por tudo aquilo que valemos, talvez ainda nos aguarde uma eternidade... E eu não me importo de passá-la perdida, desde que os meus caminhos continuem a cruzar-me contigo.

Até ao nosso próximo (des)encontro...

Não corras atrás...


Eu conheço bem essa sensação. Das saudades a tomarem conta do nosso corpo por completo. O vacilar dos joelhos e das mãos, a confundirem cada um dos nossos passos. E o intenso tremer dum coração que mais parece estar à beira do colapso... e talvez esteja.

E eu sei que o que te passa pela cabeça. Essa vontade tremenda de agarrar o telemóvel e simplesmente ligar-lhe. Esse anseio temível de ir ao seu encontro o mais depressa possível. E tu nem sabes o que hás-de lhe dizer, não é verdade? E, ao mesmo tempo, tens tanto para soltar.

Mas tu não queres dar a parte fraca. E, neste momento, o teu corpo debate-se contra si mesmo, numa luta interna pelo teu próprio orgulho. Cada um dos teus átomos chama pelo seu nome: dessa pessoa que tanto queres de volta. Talvez nem o admitas, mas tu sabes: só querias poder voltar atrás e começar tudo de novo. Impedir os erros e antecipar todos os passos em falso. Mas tu sabes que não podes, e que não é assim que as coisas funcionam. O facto de tudo ter terminado, teve as suas razões, não foi assim? E há quem te diga que foi o melhor... Mas não sabe a isso, pois não? É quase uma tortura. Pudesses tu mudar toda essa realidade... que mais parece um pesadelo. 


E é tão difícil. Impedir-nos a nós mesmos. Privarmo-nos daquilo por que tanto lutámos outrora. Quando, agora, a única saída com que nos deixaram foi a de desistir. Desistirmos de tudo aquilo que era tão nosso e tão tudo. Desistirmos daquela pessoa que já nos foi tão nossa. E que sentido é que isto faz? O que havemos de fazer com todo este amor, que já nem nos serve de nada, senão para nos sufocar por dentro?

E tu dizes de ti para ti: chega! Vou telefonar. Vou ir ao seu encontro. Vou levar comigo todas as palavras que tanto me fervilham debaixo da língua, e vou libertá-las de vez. Vou dizer-lhe tudo aquilo que tenho cá dentro, e tudo passará finalmente. Mas tu sabes. Tu sabes que nada do que possa ser dito, alguma vez mudará tudo aquilo que foi feito. E aí, tu gritas para dentro de ti. Que raiva. Que frustração. E o que é que nos resta fazer, afinal?


Correr atrás, agora, não é mais uma opção. Há sempre um tempo em que o podemos fazer. E esse momento já passou... Geralmente, nunca nos apercebemos disso mesmo. Enchemo-nos de orgulhos e de dúvidas e de medos, e deixamo-nos estar. Quando queremos recuar, já é tarde e já ninguém está sequer à nossa espera. Foi isso que aconteceu, não é verdade?

E aí, tu apercebes-te: que de nada te vale correr atrás de alguém, que por ti nem esperou mais um segundo que fosse.

Tu és alguém que vale a pena. Porquê correr atrás de uma pessoa que nem uma pena te vale?

sexta-feira, março 13, 2015

O amor é cego (e estúpido).

Por ti, ceguei. Sei lá eu durante quanto tempo. Não era capaz de ver nem mais nada, nem mais ninguém à minha volta, a não seres tu. Foi contigo que aprendi o quão egoísta um amor se pode tornar. Toma posse de nós por completo, fazendo-nos acreditar que não sobrevivemos mais sem ele. Esventra-nos de dentro para fora, deixando-nos vulneráveis ao mais pequeno abalo. Tanto nos faz sentir como gigantes, como nos deita abaixo, ao mais profundo dos poços. Foi assim que me apresentaste o amor. E foi também assim que me fizeste despedir-me dele.

E tu dizias que me amavas. Mas nunca me olhavas nos olhos, sei lá eu porquê. Talvez fosse medo. Medo de confessares algo capaz de deitar todas as tuas muralhas abaixo, ao mesmo tempo. Ou talvez assustava-te a ideia de encarares o teu próprio reflexo no meu olhar, enquanto o dissesses. Talvez tinhas medo de, assim, descobrir que tal não passava de mais uma mentira. Quem sabe?


Mas eu estava cega. Cega de tal maneira, que nunca me apercebera disso. Nem da forma ausente como te deitavas ao meu lado, em certas noites. Nem da maneira como perdias o interesse em algumas das minhas conversas. E muito menos das vezes em que fugias às minhas questões e disputas, simplesmente por não teres paciência. Tu amavas-me, certo? Dizias tu. Então, porque é que me submetias a um tratamento tão frio, quando era eu quem mais merecia o teu lado mais quente?

Mas eu, por ti, ceguei. Ceguei a um ponto em que só te queria a ti, custasse o que custasse. Ceguei, que nem me apercebi de como o nosso amor deixara de nos ser suficiente... Tu amavas-me. Dizias-me tu. Mas não é só isso que conta. É aquilo que tu fazes a quem tu dizes que amas, que vale por tudo. E o que é que tu me fazias? Deixavas-me em becos escuros, só à espera de um sinal. Submetias-me a um silêncio atroz, só à espera de ouvir a tua voz a chamares-me. Transformavas-me em nada mais que uma espera sem esperança; uma cega sem destino e sem ninguém que a guiasse. Agora diz-me: como poderia eu acreditar no amor que proclamavas sentir, se nunca me mostraste que o sentias?

 
Apresentaste-me um amor cego e egoísta até dizer chega... Fizeste-me odiá-lo e temê-lo, acima de qualquer outra coisa. E, no entanto, foste tu também quem me abriste mais os olhos, depois de me teres cegado tanto. Talvez tenha mesmo de ser assim...

Eu pensava que o primeiro amor era aquele que nunca se esquecia... Mas talvez seja apenas aquele que te quebra como nenhum outro; e que te ensina tudo o que tens a aprender, para nunca mais passares pela mesma dor outra vez.

terça-feira, março 03, 2015

Carta a um velho namorado.


Hoje, não escrevo para ti com nenhum tipo de mágoa ou decepção. Nem tão pouco a proclamar-te o quanto te desejo de volta – como o fiz tantas vezes antes. Hoje, não escrevo para apontar-te o dedo, nem para entregar-te culpas pelo que quer que seja. Até porque nenhuma dessas coisas me serve de nada agora, não é assim?

Hoje, não te escrevo para contar-te de todas as saudades que (ainda) me preenchem o peito. Nem muito menos para falar-te das noites em que adormeci contigo a espreitar-me o pensamento. Não, nada disso. Cansei-me de o fazer. Até porque tu já sabes de tudo isso, não é verdade?

Hoje, escrevo-te porque ando preocupada comigo mesma. Não me interpretes mal: não ando triste com a vida, nem nada que se pareça. No entanto, algo anda a transtornar-me sem dúvida. E, sinceramente, acredito que só tu és capaz de aliviar-me desta sensação angustiante que tenho vindo a sentir cada vez mais.


Ora aqui vai – e vou tentar resumi-lo ao máximo. Eu tenho medo de estar a deixar de acreditar. Sim, isso. Não só em mim, mas também naquilo que sinto. Ou, neste caso, que não sinto de todo. Tenho-me sentido tão fria, tão insensível e tão distante do meu próprio coração... Como se já nem conseguisse ouvi-lo mais bater. E, sendo assim, não consigo detectar o que este deseja; o que este quer que eu faça. Estás a entender-me?

Quando alguém se aproxima, eu não consigo sentir nada, a não ser puro desinteresse. Ainda acho piada a típicas conversas de engate, mas não passa disso mesmo. Para mim, tudo virou uma espécie de passatempo. E isto é terrível e assusta-me, porque eu nunca fui assim. Tu bem sabes. Deste meu lado de romântica incurável, que anseia pelo amor em todas as suas plenitudes. E agora... Olho para mim, e não encontro mais esse meu lado. Foi-se. Perdeu-se de mim.

E mais que isso. Não me consigo prender a ninguém. Não consigo apaixonar-me simplesmente. Já nem me lembro da sensação de borboletas a percorrem-me o estômago e a cortarem-me o fôlego. Elas foram-se; esvaíram-se de mim. Eu, que costumava tremer a cada toque teu, já nem sou capaz de sentir o que quer que seja. E já tentei, juro-te. E agora tu dizias algo do género:

- Apaixonarmo-nos é a coisa mais natural do mundo. Deixa-te levar.


E eu sei disso, mas nem isso parece funcionar. E eu ando a ter medo de mim mesma. Será que simplesmente já esgotei todo o amor que tinha para dar; para sentir? Será que, de alguma forma, jamais serei capaz de amar quem quer que seja, a partir do momento em que te amei com tudo o que tinha? Será que só nos é permitido uma história de amor – como a que tivemos os dois – apenas uma vez na vida?

Atenção: não quero com isto dizer que tu és culpado de tudo. Como te disse, não venho apontar-te nada, nem acusar-te do que quer que seja. Apenas gostava que me falasses de como foi contigo. Se já te apaixonaste por alguém como o fizeste por mim. Ou se também tu continuas enclausurado por entre este nevoeiro de dúvidas e de medos, aonde ninguém é capaz de chegar a ti. Por favor, ajuda-me a compreender o que se passa. Só te peço isso.

Há quem diga que não me consigo apaixonar, porque ainda não te esqueci. E eu bem sei que ainda não o fiz. Mas o que é que tem? Ultrapassar uma perda, é uma coisa. Agora, escapar impune e esquecer por completo tamanho amor, é impossível. E como poderei eu fazê-lo, se ainda estás tão marcado em mim? E hás-de estar sempre. E o que é que isso tem? Eu aceitei a tua ida e continuei o meu caminho, mesmo que contra a minha vontade. Se isso não é seguir em frente, então eu nem sei o que isso é...

Enfim. Talvez esteja a pensar demais. Sim, é isso que me vais dizer, como é costume. Mas do que é que estavas à espera? Como é que hei-de lidar com o temível facto de que – talvez – não existem mais hipóteses para o meu coração? Este que, outrora, tinha tanto por que lutar. Este que, outrora, acreditava no amor acima de tudo. Este que, a cada dia, acredita um bocadinho menos... e um bocadinho menos... e um bocadinho menos.