sábado, maio 23, 2015

Queres odiar-me? Conhece-me.

Falas como se me conhecesses. Olhas para mim como se conseguisses topar tudo o que sou. Comentas-me, como se soubesses de tudo. Na verdade, tu não sabes nada de nada.
Encaras-me como uma rapariga que adora a vida louca. Que gosta de ir para os copos e de chamar as atenções todas para si. Que anda sempre de um lado para o outro, sem nunca se conseguir sossegar. Uma rapariga virada do avesso; uma causa perdida. E tu acreditas veemente que eu não passo disso mesmo: de um vulto dançante que não quer saber de nada. Sabes lá tu, tudo aquilo que não mostro ao mundo.

Eu sou alguém que ama com tudo o que tem. Não conheço essas cantigas típicas do “é complicado”, ou “agora não me dá jeito”. Não! Para mim, quando há amor, há tudo por que lutar. E é essa a única razão de que preciso para continuar. Ora aí está: eu amo como nunca e sofro como ninguém, porque me entrego por completo. Não acredito nessas histórias de viver ou amar pela metade: porque, para mim, isso nem é vida, nem é amor.

Tenho graves defeitos, sim. Não sei quando parar. Não sei seguir em frente. Não faz parte de mim desistir simplesmente das pessoas, à primeira desilusão... ou à segunda.... Eu sou sempre a que acredita até ao fim. Sou sempre a que faz de tudo, para que tudo funcione. E isto é mau da minha parte, porque, às vezes, dou por mim a lutar sozinha por alguém que já partiu. E faz-me mal, eu sei. Mas eu não consigo simplesmente apagar a borracha alguém que me tatuou a pele e o coração.


Não tenho quaisquer problemas em admitir os meus erros. Não tenho quaisquer problemas em ir atrás e pedir desculpas. Simplesmente acredito que agarrarmo-nos cegamente ao orgulho é o primeiro passo para sairmos a perder. Porque eu sei que não é ele que te ama e te aquece a noite gelada; não. São as pessoas que o fazem. E nenhum orgulho vale-me alguém: jamais.

Mas tenho amor-próprio. E muito! Às vezes, dou por mim a baixar os braços e a sair da vida de alguém que já há muito me faz mal. Por mais que me custe: e custa-me sempre tanto. Ora aí está: perder-me de uma pessoa, ou perdê-la, é a coisa mais dolorosa, porque eu adoro lutar e desprezo abandonar. Mesmo que as coisas sejam difíceis. Por isso, é que me dói tanto: porque se eu desistir de ti, é mesmo porque não me deste outra opção, senão essa...

Sou um pique de emoções: ou oito ou oitenta. Sinto tudo e de tantas maneiras, que às vezes nem sei o que fazer com tudo isso. Cometo passos em falso, claro. Enveredo por caminhos errados, também. Mas podes crer que, só porque ando perdida grande parte do tempo, isso não quer dizer que não tenho qualquer rumo. Eu tenho um, e é sempre o mesmo: a minha felicidade. E a dos que me rodeiam e que a merecem. Simples.


Consigo ser simples e consigo ser o bicho mais complexo do universo. Não me compreendo a mim mesma. E, no entanto, algo é-me sempre certo: eu quero magoar o menos possível. Eu quero odiar menos ainda! Não te guardarei rancor por teres ido embora, porque acredito que, quando tal acontece, é o melhor para ambas as partes. E nunca te odiarei, por mais mal que me pretendas, porque: para quê desperdiçar tempo a odiar quem quer que seja, se posso, em vez disso, amar alguém que mereça?

Por isso, da próxima vez que quiseres reduzir-me, aproxima-te realmente de mim para teres noção do meu tamanho. E da próxima vez que te passar pela cabeça julgares-me pelos meus erros, reconhece os teus, que são esses que te dizem respeito. E da próxima vez que me criticares de língua ardente, pensa: “espera lá... eu e ela não somos assim tão diferentes”.

Para quê desperdiçarmos o nosso tempo a odiar quem não conhecemos, se podíamos estar a conhecer alguém que valha muito a pena?

2 comentários:

  1. Sei que corro o risco de me tornar repetitiva, mas, mais uma vez, está maravilhoso! :)

    Beijinho
    http://dreamcate.blogspot.pt/

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    1. Gosto sempre muito de ler os teus comentários, Catarina! :)

      Beijinho

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